Hábil em conduzir tramas com estofo social, Fernando León de Aranoa faz de seu “Princesas” uma fábula dos sonhos femininos. Caye (Candela Pena, de “Da Cama para a Fama” e “Tudo sobre minha mãe”) é uma prostituta amarga e ao mesmo tempo apaixonada "por algo que ela ainda não viveu", cujo maior objetivo é juntar dinheiro para colocar próteses de silicone. Essa mudança física, segundo ela, a ajudaria a reconquistar clientes, que fugiram desde que outras mulheres vindas da África e das Américas Central e do Sul aportaram na região. Nasce uma amizade entre ela e uma dessas mulheres, a dominicana Zulema (a novata Micaela Nevárez), que é constantemente violentada por um homem lhe promete os documentos de permanência em terras espanholas, enquanto trabalha para sustentar o filho pequeno, deixado em seu país com os avós. O filme se assemelha em sensibilidade a "Segunda-feira ao sol ", entretanto, a imersão de Aranoa no mundo masculino de um grupo de ex-portuários asturianos mostra-se mais convincente que o das prostitutas de “Princesas”. Ainda assim, o diretor foge de pieguismos ao retratá-las, sem destituí-las de sua dignidade e do orgulho bravio feminino. A trilha sonora tem canções de Mano Chao, que como Aranoa, também tem nos problemas sociais muitos dos temas de suas letras. Uma delas, “Me llamo Caye” brinca com o trocadilho das palavras “Caye”, a protagonista e “Calle”, a rua.
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Hábil em conduzir tramas com estofo social, Fernando León de Aranoa faz de seu “Princesas” uma fábula dos sonhos femininos. Caye (Candela Pena, de “Da Cama para a Fama” e “Tudo sobre minha mãe”) é uma prostituta amarga e ao mesmo tempo apaixonada "por algo que ela ainda não viveu", cujo maior objetivo é juntar dinheiro para colocar próteses de silicone.
Essa mudança física, segundo ela, a ajudaria a reconquistar clientes, que fugiram desde que outras mulheres vindas da África e das Américas Central e do Sul aportaram na região. Nasce uma amizade entre ela e uma dessas mulheres, a dominicana Zulema (a novata Micaela Nevárez), que é constantemente violentada por um homem lhe promete os documentos de permanência em terras espanholas, enquanto trabalha para sustentar o filho pequeno, deixado em seu país com os avós.
O filme se assemelha em sensibilidade a "Segunda-feira ao sol ", entretanto, a imersão de Aranoa no mundo masculino de um grupo de ex-portuários asturianos mostra-se mais convincente que o das prostitutas de “Princesas”. Ainda assim, o diretor foge de pieguismos ao retratá-las, sem destituí-las de sua dignidade e do orgulho bravio feminino. A trilha sonora tem canções de Mano Chao, que como Aranoa, também tem nos problemas sociais muitos dos temas de suas letras. Uma delas, “Me llamo Caye” brinca com o trocadilho das palavras “Caye”, a protagonista e “Calle”, a rua.
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